“[...] aprendamos a fazer o bem. Levantamos os olhos para o céu e para nossa honra, para o próprio amor da virtude. Dirijamo-nos a Deus todo-poderoso, testemunha de todos os nossos altos e juiz de nossas almas. De minha parte, creio — e acredito não estar enganado — que ele sem dúvida reserva para os tiranos e seus cúmplices um castigo terrível no fundo do inferno, pois nada é mais contrário a Deus, soberanamente justo e bom, que a tirania.”

— Etienne de La Boétie in «Discurso da Servidão Voluntária»

“Cada gota de sangue de Luís XVI custará rios de sangue para a França; quatro milhões de franceses, talvez, pagarão com sua vida o grande crime nacional de uma insurreição anti-religiosa e anti-social coroada por um regicídio.”

— Joseph de Maistre in «Considerações Sobre a França»

“Um escritor é o professor do seu povo. E um grande escritor é, por assim dizer, um segundo governo. Eis por que nenhum governo, em parte alguma, ama os grandes escritores, só os menorzinhos.”

— Aleksander Soljenítsyn

“Meu caro lícidas, és tão ingênuo!
Nunca existiu e nunca existirá
um governo de fato popular.
Quando o poder é posto sobre a praça
para que todos possam contemplá-lo
inevitavelmente surgirá
algum oportunista encantador,
que, pela força ou por belas palavras,
logrará convencer o povo todo
que o poder corre risco assim, exposto.
Então de fato surge a tirania:
não quando os sábios governam a pólis,
mas quando o povo cede a um charlatão.”

— Leonardo Antunes in «Lícidas»

“A amizade é fruto de uma inclinação de espírito acompanhada de certo sentimento de afeto, não um cálculo sobre a quantidade de benefícios que a amizade lhe trará.”

— Cícero in «Sobre a Amizade»

“Para o homem grego, não há morte se a presença daquele que abandonou o mundo da luz permanece na memória social. Portanto, a memória coletiva, nas duas formas por ela assumidas — reevocação contínua através do canto dos poetas, ininterruptamente transmitido de geração em geração, e memória fúnebre eternamente exaltada nos túmulos— opera como um organismo que garante a certos indivíduos o privilégio de sobreviverem com o estatuto de morto glorioso. Assim, em vez da alma imortal, a glória imorredoura e a saudade eterna de todos; em vez do paraíso reservado aos justos, a certeza, para quem soube merecê-la, de uma perenidade que se firma no centro da existência social dos vivos. Na tradição épica, se o guerreiro que, como Aquiles, escolhe a vida breve e se dedica totalmente a feitos valorosos, cai na flor da idade no campo de batalha, conquista para sempre, devido à «bela morte», uma dimensão heroica que nunca pode ser esquecida.”

— Jean-Pierre Vernant in «O Homem Grego»

“Quanto mais solitário é o ser, mais resoluto ele se mostra em sua formação de mundo, contra todas as outras conjunturas de mundo a seu redor, e tanto mais definida é a têmpera de sua alma. Qual é o oposto da alma de um leão? A alma de uma vaca. O gado substitui a força da alma individual pelo grande número, pelo rebanho, pelo sentir e pelo fazer em comum das massas. Quanto menos, porém, um indivíduo se aglomera junto aos outros, tanto mais poderoso ele é. Podem-lhe aniquilar a vida, mas não lhe podem alterar o caráter.”

— Oswald Spengler in «O Homem e a Técnica»

“Os que muito se dedicam às coisas pequenas tornam−se muitas vezes incapazes das grandes.”

— La Rochefoucauld in «Reflexões ou Sentenças e Máximas Morais»