I am a servant for my mother's unhappiness. I can make myself smaller, mother, I can become quieter. I am a wound that you can't stop picking. I take scraps from dinner as little parts of love. I know I wear my sadness so visibly that you've become ashamed of me. Make me small, crush me up in the palms of your hands. Destroy me for breakfast and devour me for lunch, leave nothing left of me, not even for the birds. Eat me. Eat me up. It's too late to apologise now, sorry means nothing when you're choking on my leftovers.

— ᅟᅟ Hannah Green, Are You Still Hrungry, Mother?

Num segundo, sou capaz de aumentar a minha voz, guerrear trezentas batalhas e enfrentar tudo e todos em busca daquilo que me fará feliz. No minuto seguinte, me arrependo, quero apagar as minhas palavras, os meus atos, a minha existência. É como gritar e sair correndo antes que o som seja audível. Antes que seja tarde demais para voltar atrás. 

Sofro de ataques súbitos de coragem, seguidos de arrependimentos instantâneos. Sou aquele alguém cuja ansiedade, em certos momentos, guia os passos, os atos, controla feito ventríloquo. Mas não ache que isso é algo que aconteça o tempo todo. Não. Definitivamente não. Para ser sincero, só quando quero muito alguma coisa. Aí, amigo, já era.

Para ser mais específico, às vezes quero tanto uma coisa que, neste curto tempo de valentia, minimizo completamente as margens de erro, ignoro tudo aquilo que pode não vingar e me lanço. Às vezes, caio de precipícios morais e só me dou conta do que fiz quando já estou em pedaços. Em prantos. Desejando que tudo aquilo não passe de um terrível pesadelo.

Se você não age ou sente como eu, deve estar, neste segundo, me taxando de louco. Alguém fora de controle. Mas não. É como ter a ousadia de me declarar, de fazer um pedido importante ou implorar por algo quando, na verdade, nada daquilo merecia esse tom – fim do mundo. É isso. Às vezes, transformo uma pequena frase num diálogo shakespeariano.

Pelo andar da carruagem, existe o momento certo para tudo. E eu, eu vivo queimando as largadas. Vivo atropelando meus próprios passos, me embolando nos cadarços que amarram os meus atos e caindo no choro.

Eu só queria querer em paz. Sem precisar me desesperar. Eu só queria, também, não me arrepender de nada. Nem por tentar. Nem por ser corajoso o suficiente para ir em busca da minha felicidade. Mas, aparentemente, a vida não foi feita para os ansiosos.

— ᅟᅟMatheus Rocha, via neologismo.

july 29. ᅟᅟ if i am a sunflower, as you say,
ᅟᅟᅟᅟᅟᅟwould you be my sun?