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Comunicado da Comunidade Hacker sobre o ataque do Sistema MinC à Cultura Hacker
O Ministério da Cultura decidiu utilizar o termo “ataque hacker” para justificar as instabilidades de um dos seus principais sistemas.

A comunidade hacker, acostumada a resolver problemas, inovar e promover soluções tecnológicas de código aberto, ficou surpresa ao ver o termo "ataque hacker" ser usado como desculpa oficial para as falhas do sistema. Mas já que querem usar o termo de forma pejorativa, vamos esclarecer algumas coisas.

Em vez de "ataque hacker", será que o MinC não estaria sofrendo de um problema mais antigo e bem conhecido? Algo como a Síndrome de Falta de Atualização, que tem assolado sistemas públicos há décadas? Ou talvez o “ataque” seja fruto de uma configuração negligenciada, um firewall ultrapassado ou aquela velha prática de usar “1234” como senha?

No comunicado, o Ministério da Cultura informou que o sistema SALIC foi vítima de um “ataque hacker” motivado por nada mais, nada menos que… 18 mil acessos. Para quem desconhece o funcionamento de redes digitais, isso pode até soar intimidador. Mas vamos contextualizar: estamos falando de um sistema em um país com 240 milhões de habitantes. Se 18 mil acessos são suficientes para derrubar a ferramenta, a pergunta que fica é: será mesmo que foi um ataque?

Esse volume é o que um aplicativo médio enfrenta numa manhã de domingo. E se um Whindersson Nunes da vida resolvesse divulgar a Ruanet, seria considerado um “ataque influencer”?

Além disso, o SALIC, ao contrário dos sistemas da Cultura Hacker, não é de código aberto. Sistemas de código aberto promovem transparência, auditabilidade e colaboração, sendo, por natureza, mais seguros e menos vulneráveis a crises de “18 mil acessos”. Ao manter o SALIC fechado, o Ministério da Cultura priva a sociedade da possibilidade de aprimorá-lo, resolver problemas em conjunto e garantir mais confiabilidade e segurança.

A comunidade hacker se coloca à disposição para colaborar na desalienação técnica, oferecendo nossa tradicional tradução cultural de problemas tecnológicos. Aliás, convidamos o MinC para um de nossos famosos hacker trainings, onde podem aprender que, no mundo digital, compartilhar e auditar o código é a melhor defesa contra problemas técnicos — e contra notas de imprensa que deixam todo mundo hackeado (no mau sentido).

Lembramos, com carinho, que o MinC já teve um Ministro Hacker — o Gilberto Gil —, e agora, sem dúvida, tem uma Ministra Hacker do Futuro. Precisamos estar por perto, ajudando o MinC e o governo federal a dialogar com a juventude e encontrar alternativas às big techs, e não sermos retratados como “inimigos” em comunicados de imprensa.

Atenciosamente,

As Pessoa Hacker

🟦❌DEU TELA AZUL NO MUNDO ❌🟦

O que esse tilt global que paralisou hospitais, aeroportos, bancos, fala sobre a sociedade que vivemos e a concentração de poder das Big Techs? Vivemos ainda no capitalismo ou já é algo pior? McKenzie Wark nos provoca dizendo que uma nova classe, os vetorialistas, ascenderam ao poder e transformaram radicalmente o que entendíamos como capitalismo, burguesia, capital etc. Ela indica qual pode ser a saída para uma sociedade melhor, e como uma outra nova classe, a classe hacker, é fundamental nessa revolução.

Vamos conversar sobre os dois livros da autora, "Manifesto Hacker" e "O Capital Está Morto", em evento no CPF SESC, em São Paulo, no dia 8 de agosto (quinta-feira) as 19 horas, com entrada gratuita!

Além de escritora, hacker, DJ, McKenzie é professora da The New School em Nova Iorque. A vinda dela tem apoio da FLIPEI e o evento é promovido pelo CPF SESC. Os livros dela tem edição nacional com trabalho das editoras Funilaria e Sobinfluência.

Serviço - Tour da McKenzie Wark no Brasil

3/8: Flipei - 19h30 - Hackeado os corpos e o capital

7/8: Loja da Sobinfluencia (Galeria Metrópole) - 19h30 - lançamento do novo livro + laboratório de práticas

8/8: Centro de Pesquisa e Formação do Sesc - 19h - De um manifesto hacker a morte do capital

https://www.instagram.com/reel/C92e52RutJa/?igsh=YzljYTk1ODg3Zg==

O @ibgecomunica, enquanto maior e mais importante órgão oficial de informação do Brasil e um dos maiores do mundo, conclama o pensamento técnico e da sociedade a participarem no Rio (29/07 a 2/08) da Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados - Soberania Nacional em Geociências, Estatísticas e Dados: riscos e oportunidades do Brasil na Era Digital (https://eventos.ibge.gov.br/conferencia-soberania-nacional).

eventos.ibge.gov.br

Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados | IBGE