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O acordo alcançado entre Israel e o Hamas é praticamente igual ao proposto em Maio e Julho. Biden permitiu que Israel arrastasse isto durante meio ano enquanto enviava armas e permitia um genocídio que ninguém vai esquecer. Biden sai como carniceiro, não como diplomata.
Depois do ataque ao Consulado da Venezuela, em Lisboa, com cocktails molotov, a oposição venezuelana atacou o Consulado do mesmo país em Vigo, na Galiza, e vandalizou a Embaixada da Venezuela em Oslo.
O director do museu Auschwitz diz que se recusa a convidar a Rússia para a cerimónia dos 80 anos da libertação do campo de extermínio nazi pelos soviéticos porque Moscovo não entende o valor da liberdade. Sabem quem foi convidado? Israel, claro.
Nicolás Maduro acaba de tomar posse como Presidente da República Bolivariana da Venezuela para um terceiro mandato de seis anos. O juramento foi feito ante o presidente do parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez.
A esta hora não está muito claro o que aconteceu com Maria Corina Machado aqui em Caracas. A oposição diz que foi detida, o governo diz que é falso. Num vídeo publicado por contas oficialistas e não verificado, a dirigente opositora aparece a dizer que não foi detida mas que perdeu a carteira no momento em que desapareceu da manifestação. Vários presidentes e ex-presidentes condenaram a detenção de Maria Corina Machado e Gustavo Petro, Presidente da Colômbia, diz que esta 'detenção' é um exemplo de "fake news".
Costumo dizer que Caracas é a mais bonita das cidades feias. Enterrada num vale, sempre que aqui venho fico fascinado com a dimensão das montanhas que separam a capital da Venezuela do mar. O oceano de favelas substitui por vezes o manto verde. Foi este oceano que levou Hugo Chávez ao poder em 1999. Caracas é testemunha de um trânsito histórico que começou em 1992, quando Chávez encabeçou uma revolta militar fracassada. No carnaval desse ano, centenas de crianças apareceram mascaradas com os uniformes dos soldados revoltosos.
Passaram décadas e Caracas continua a ser o lar dos bandos de papagaios coloridos que rasgam os céus, dos idosos que jogam xadrez nas ruas e da eterna rebeldia. Podia ser a calma antes da tormenta mas, Janeiro, não é mês de tempestades. Quando o ano começa, os caraquenhos abandonam a capital da Venezuela rumo ao mar. A banhos sobretudo nas praias a norte de Caracas, a cidade que viu nascer Simón Bolívar tem um relativo descanso do habitual caos que caracteriza a capital venezuelana.
Esta podia ser a descrição mais fiel do que acontece em Janeiro não fosse o facto de estarmos a quatro dias da tomada de posse do Presidente da República Bolivariana da Venezuela. É já na sexta-feira que Nicolás Maduro será empossado, novamente, como chefe de Estado. No mesmo dia, Edmundo González, que diz ter sido ele o eleito, pretende também aparecer em Caracas para tomar posse. Como? Não se sabe.
Num périplo de curta duração por vários países da América Latina, o candidato da oposição foi recebendo o apoio de vários presidentes e apelou aos militares venezuelanos para derrubarem Nicolás Maduro. Por outro lado, Maria Corina Machado, veterana opositora, que está em lugar desconhecido, apelou a que o povo saia às ruas na próxima quinta-feira: "Maduro no se va a ir solo, hay que hacerlo salir con la fuerza de un pueblo que no se rinde jamás".
A haver distúrbios nas ruas, será a enésima tentativa da oposição de provocar uma guerra civil no país. Profundamente dividida, a oposição perde líderes atrás de líderes, desacreditados e sem apoio da população. Foi assim com Guaidó. Insuflado pelos governos ocidentais e pela imprensa, acabou apedrejado pelos seus próprios apoiantes e ostracizado em Miami. A oposição faz desfilar candidatos atrás de candidatos. Nas outras eleições, para autarquias e estados, aceita os resultados porque consegue eleger. Nas eleições em que não consegue eleger, reclama fraude.
É verdade que há uma parte da população que está descontente com a actual situação económica. A Venezuela é um país assediado por sanções, tentativas de golpes de Estado e terrorismo. A asfixia é absoluta. É uma receita para afundar povos e derrubar governos. Há bem pouco tempo, várias bombas danificaram seriamente uma das principais refinarias de petróleo do país. Apesar de a dolarização da economia ter promovido a entrada de divisas estrangeiras e isso ter potenciado a importação num país absolutamente dependente da indústria petrolífera, também é verdade que isso gerou mais desigualdades, que o governo tem tentado travar com sucessivos aumentos salariais e suplementos.
Mas independentemente do que possamos achar da Venezuela, de Nicolás Maduro ou das suas opções políticas e económicas, o único motivo que leva a que o país seja alvo do assédio ocidental é o facto de ter as maiores reservas de petróleo e o facto de se opor aos Estados Unidos. As ruas falarão nos próximos dias e cabe-nos ouvir o que nos têm para dizer.
A Ucrânia atacou uma viatura com jornalistas russos em Gorlovka, no Donbass. Um dos repórteres morreu, outros cinco ficaram feridos.
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