🌹Chuva de Rosas🌹

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"Quando esqueci de mim, fui feliz"
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4 months, 3 weeks ago

Em um mundo que nos encoraja a nos conformarmos em ser “pessoas basicamente boas”, Cristo repetidamente nos adverte que isso não é bom o suficiente. Ele diz que qualquer um que “não odeie seu próprio pai e mãe e esposa e filhos e irmãos e irmãs, sim, e até mesmo sua própria vida, ele não pode ser meu discípulo. Quem não leva a sua cruz e não me segue, não pode ser meu discípulo ”(Lucas 14: 26-27). Imediatamente depois disso, ele compara o discipulado à construção de uma torre ou à guerra. Realizar qualquer um desses esforços sem entusiasmo é uma maneira infalível de perder uma batalha ou construir uma meia torre (Lucas 14: 28-32). E assim, “qualquer um de vocês que não renuncie a tudo o que ele tem não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:33).

As escrituras nos dizem não apenas para dar a Deus qualquer fruto que nos sobrarmos e por aí. Em vez disso, “as primícias dos primeiros frutos da tua terra trarás à casa do Senhor teu Deus” (Êxodo 23:19, 34:26). Em outras palavras, não esperes até que te sintas confortável para dar o dízimo, não espere até sentir que tem tempo para começar a fazer a oração. Dê a Deus imediatamente, dê de sua necessidade, dê a ele (no tempo, no dinheiro, na confiança, e assim por diante) quando parece que você não pode.

É por isso que Cristo louva a viúva que colocou duas moedas no tesouro como tendo dado mais do que as outras, porque “todas elas contribuíram com sua abundância; mas ela, da sua pobreza, pôs tudo o que tinha, toda a sua vida ”(Marcos 12:44). Ela não dá apenas uma moeda em sua pobreza, mas duas. Seja generoso com Deus em sua pobreza, e ele será generoso com você em sua abundância ilimitada. “Honre o Senhor com sua substância e com os primeiros frutos de toda a sua produção; então os vossos celeiros ficarão cheios de abundância, e os seus tanques estarão cheios de vinho ”(Provérbios 3: 9-10).

Cristo nos chama para sermos Abel.

4 months, 3 weeks ago

*?Caim e Abel?***

“E o Senhor se agradou com Abel e sua oferta, mas para Caim e sua oferta ele não teve consideração”
(Gn 4: 4b-5)

Por que Deus aceita o sacrifício de Abel, mas rejeita o sacrifício de Caim?

As Escrituras dizem que Caim se ressentia de Abel, não porque Deus arbitrariamente predestinou um e puniu o outro, mas

“porque os próprios feitos de Caim eram maus e os justos de seu irmão” (1 João 3:12)

Hebreus também vê a diferença como esta: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus sacrifício mais aceitável do que Caim, através do qual ele recebeu a aprovação como justo, Deus dando testemunho aceitando seus dons” (Hb 11: 4)

Portanto, não foram as “razões secretas” de Deus ou sua preferência arbitrária por Abel sobre Caim, mas porque Abel ofereceu “sacrifício mais aceitável” na fé. E o que o fez o sacrifício de Abel melhor?

“Abel trouxe os primogênitos do seu rebanho e as suas gordas porções” (Gen. 4: 4a)

Ou seja, ofereceu os primogênitos, o melhor que ele tinha. Mas Caim não oferece a Deus os primeiros frutos de sua colheita. Em vez disso, ele simplesmente lhe dá “uma oferta do fruto da terra” (Gn 4: 3). Se Abel está dando a Deus o equivalente a filé mignon, Caim está lhe dando carne moída. Esta é uma diferença em fé e obras. Pela fé, Abel dá tudo a Deus. Caim não o faz.

Os primeiros cristãos entenderam isso. São João Crisóstomo observou que a piedade de Abel é demonstrada pelo “fato de que ele não ofereceu casualmente nenhuma de suas ovelhas, mas uma das primogênitas, isto é, das valiosas e especiais”, ao passo que no caso de Caim, “nada do tipo é sugerido “; A descrição de Gênesis 4: 3 de Caim trazendo “uma oferenda do fruto do solo” sugere uma falta de zelo ou cuidado.

A exegese de Dídimo, o Cego, é virtualmente idêntica: a sinceridade de Abel é demonstrada por sua escolha dos primogênitos, e “Caim deveria ter feito também oferecendo algumas das primícias”, já que o que é devido a Deus deveria “ser distribuído antes de tudo mais. ”Em vez disso, Caim procrastina, trazendo sua oferta“ no decorrer do tempo ”(Gênesis 4: 3),“ como se lembrasse de Deus somente em segunda opinião ”.

Vemos algo similar no Novo Testamento com Ananias e Safira, que “venderam um pedaço de propriedade, e. . . retiveram alguns dos rendimentos, e trouxeram apenas uma parte e colocou-a aos pés dos apóstolos ”, fingindo que era todo o valor da venda (Atos 5: 1-2). A questão não é que eles oferecem a Deus nada, mas que eles oferecem a ele menos que tudo. Por sua fraude, e por sua retenção de Deus, eles são mortos (Atos 5: 5, 10).

Para Ananias e Safira, quanto a Caim, a mensagem é a mesma que a mensagem de Cristo a Laodicéia: “Eu conheço as suas obras: vocês não são frios nem quentes. Antes fosse que vocês fossem frios ou quentes! Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca ”(Ap 3: 15-16).

Vale a pena lembrar que, assim como nas provações dos israelitas no deserto, “estas coisas aconteceram a eles como uma advertência, mas foram escritas para nossa instrução, sobre as quais o fim dos tempos tem chegado” (1 Coríntios. 10:11). Pois cada um de nós é confrontado com a mesma escolha: queremos dar tudo a Deus ou tentar contentar-nos com menos?

6 months, 1 week ago

*?Tobias, o cego?***

Sermão de Santo Antônio

O cego, feito tal pelo excremento de andorinhas, mas curado com fel de peixe, é Tobias, de que se diz no livro do mesmo: Sucedeu um dia que, cansado da sepultura, indo para sua casa, deitou-se junto duma parede e adormeceu, e enquanto dormia caiu-lhe dum ninho de andorinhas um pouco de esterco sobre os olhos, e ficou cego. Vejamos brevemente o que significam Tobias, a sepultura, a casa, a parede, o dormir, o ninho, as andorinhas e o seu esterco.

Tobias é o justo tíbio;
a sepultura, a penitência;
a casa, a satisfação da carne;
a parede, a sua voluptuosidade;
o dormir, o torpor da negligência;
as andorinhas, os demônios;
o ninho, o consentimento do espírito efeminado;
o esterco, a gula e a luxúria.

Tobias significa o justo tíbio, do qual diz o Senhor no Apocalipse: Porque não és frio pelo temor da pena, nem quente pelo amor da graça, mas porque és tíbio, por isso te começarei a vomitar da minha boca. Assim como a água morna provoca o vômito, assim a tibieza e a negligência expulsam do ventre da divina misericórdia o ocioso e o tíbio. Maldito, diz Jeremias, o que fizer a obra do Senhor com negligência.

Este homem fatigado de enterrar mortos vem para casa, quando se aborrece do trabalho da penitência, na qual e debaixo da qual deve esconder os defuntos, isto é, os pecados mortais, para deles se dizer: Felizes aqueles cujos pecados são encobertos. E então volta-se, abrasado em desejos, para a satisfação do corpo, contra a advertência do Apóstolo.

Por isso, ajunta-se: Deitou-se junto da parede. A parede é o prazer carnal. Assim como na construção duma parede se põe pedra sobre pedra e se ajusta com argamassa, também no prazer carnal, o pecado de vista se junta ao pecado do ouvido, e o pecado do ouvido ao pecado do gosto, e assim por diante, e se liga fortemente à argamassa do mau hábito. E assim dorme profundamente, alquebrado pelo torpor da negligência. E então cai o esterco das andorinhas sobre os olhos do adormecido.

As andorinhas, por causa do seu vôo rapidíssimo, significam os demônios, cuja soberba quis sobrevoar os astros do céu, a altura das nuvens, até se igualar com o Pai e assemelhar-se com o Filho.
O ninho dos demônios é o consentimento do espírito efeminado, construído com as plumas da vanglória e o lodo da lascívia. De tal ninho cai esterco de gula e luxúria sobre os olhos do adormecido Tobias, e desta maneira se cegam os olhos, ou seja, a razão e a inteligência da infeliz alma.

6 months, 1 week ago

*?Lembra-te da conversão?***

Onde quer que estejas, e para qualquer lado que te voltes, miserável serás, se não te convertes a Deus. Em tudo pondera o fim, e de que modo te apresentarás ante o rigoroso Juiz, a quem nada é oculto, que não se deixa aplacar com dádivas, nem admite desculpas, mas julgará segundo a justiça.
Insensato e mísero pecador, que responderás a Deus que conhece os teus crimes, tu que tremes diante do vulto de um homem irado? Por que não te acautelas para o dia do juízo quando ninguém poderá ser escusado ou defendido por nenhum outro?
Agora o teu trabalho é frutuoso, as tuas lágrimas são bem acolhidas, os teus gemidos são ouvidos, a tua dor é expiatória e meritória.

Aqui tem grande e salutar purgatório o homem paciente que, recebendo injúrias, mas se dói da maldade de quem lhe ofende, do que da própria ofensa; que de boa vontade ora pelos seus inimigos, perdoando no íntimo do coração os agravos; que não tarda em pedir a outros perdão; que mais facilmente se deixa levar á misericórdia do que à ira; que faz violência a si mesmo, esforçando-se por submeter a carne ao espírito.
Melhor é purgar agora os pecados e extirpar os vícios, que deixá-los para serem extirpados na outra vida. Por certo nós mesmos nos enganamos pelo amos desordenado que temos à carne.

Que outra coisa devorará aquele fogo, senão os teus pecados? Quanto mais te poupas agora e segues os apetites da carne, tanto mais severamente serás depois atormentado, fazendo maior reserva de combustível para te queimar. No que mais tiveres pecado, nisso mais severamente serás castigado.
Ali os preguiçosos serão incitados por aguilhões ardentes, e os gulosos serão atormentados com sede e extrema fome.
Ali os impudicos e voluptuosos serão imersos em abrasado pez e fétido enxofre, e os invejosos uivarão como cães furiosos. 

6 months, 1 week ago

*?Pobreza?***

Quem olha para si e não vê as próprias misérias? O orgulhoso. Quanta pobreza em si. Na consciência mora toda a malícia, e no coração, toda a maldade. A pureza que Deus tanto ama, foi-se embora por conta da impureza tão má e perversa. Aquele mal que mancha a alma e arranca dela a graça de Deus. Quantos tormentos padece aquele que escolhe trilhar o caminho longe de Cristo? Muitos, certamente. E o pobre, vendo-se pobre, não se arrepende? Não vê que nada é sem Deus? Não vê que precisa do Amor dEle para viver? De que vale viver se não for nEle, com Ele e para Ele? De que vale ser mesquinho e tornar a pecar, pecar e pecar, sempre e sempre?

O mal do orgulhoso é amar muito a si e pouco ou nada a Deus. Suplica, pensando ser sincero de coração, mas na verdade é da boca para fora que pede o auxílio de Deus. Ele busca a Misericórdia, mas não a busca verdadeiramente. Quer o perdão, mas não quer deixar o pecado. Soberbo egoísta! Não quer esquecer-se de si, para dar lugar ao Cristo Jesus. Nada quer perder, para ter a vida eterna. "Por Ele perdi tudo", diz São Paulo. Mas o pecador obstinado é como diz São Pedro: "Tem os olhos cheios de adultério e são insaciáveis no pecar". Não quer amar.

Deus nos deu o Seu Filho Unigênito, que morreu na Cruz. E lá estava ao lado dEle o Bom Ladrão. Aquele que disse ao Cristo: "Lembra-te de mim". Por que, tão orgulhosos, não pedimos isso à Jesus? "Senhor, lembra-Te de mim, porque sou fraco". Somos todos cegos, como o filho de Timeu. No fundo, só queríamos ouvir aquela palavra doce e cheia de amor, acompanhada pelo olhar dAquele que nos ama, dizendo: "Que queres que eu te faça, meu filho?". Quero, Senhor, amar-Te somente, dia e noite, sem cessar, amar-Te, com todo o meu coração. Que eu seja só para Ti.

18/06/2023

7 months, 2 weeks ago

*?Domingo da Páscoa do Senhor?***

Sermão de São Gregório Nazianzeno

É a Páscoa do Senhor, a Páscoa do Senhor, direi outra vez em honra da Trindade: é a Páscoa do Senhor! Festa das festas, solenidade das solenidades, eleva-se, não somente acima das festas humanas e terrestres, mas até mesmo das que são de Cristo e se celebram em sua honra, assim como o sol que obscurece a luz das estrelas. Que belo espetáculo, o de ontem, das vestimentas alvas e das luzes, nossa obra, a um tempo pessoal e comum, quando homens de todas as condições e de todas as categorias iluminavam a noite com o fulgor das lâmpadas.

Essa imensa claridade assemelhava-se à luz ofuscante que o céu nos envia do alto como um sinal, iluminando o universo com o fulgor dos astros. A imagem dessa luz era também superior à beleza das estrelas, dos anjos e da Trindade – os anjos participando da luz da Trindade –, luz indivisa da qual procede toda luz, comunicando-lhes o fulgor.

Mais brilhante e mais excelente é a solenidade de hoje. Pois a luz de ontem era o prenúncio desta grande luz que surge, era como o alegre prelúdio da festa. Hoje celebramos a própria ressurreição, não mais como esperança, mas como realidade, que atrai para si todo o universo.

Ontem, imolava-se o cordeiro; marcava-se com seu sangue os portais; o Egito chorava seus primogênitos; o Exterminador poupava-nos, diante de um sinal que respeitava e temia; um sangue precioso protegia-nos. Hoje, purificados, fugimos do Egito, do Faraó, cruel soberano, e de seus implacáveis feitores. Já não estamos condenados à argamassa e ao tijolo, e ninguém nos impedirá de celebrar, em honra do Senhor nosso Deus, o dia em que saímos do Egito, e de celebrá-lo não com o velho fermento nem com o fermento da maldade ou da iniquidade, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade (1 Cor 5, 8).

Ontem, eu estava crucificado com Cristo; hoje, sou glorificado com ele. Ontem, eu estava sepultado com Cristo; hoje, saio com ele do túmulo. Levemos, pois, nossas primícias àquele que sofreu e ressuscitou por nós. Credes que falo aqui de ouro, prata, tecidos, pedras preciosas? Ó frágeis bens da terra! Eles não saem do solo senão para cair, quase sempre, nas mãos de celerados, escravos deste mundo e do Príncipe do mundo.

Ofereçamos nossas próprias pessoas, que são o presente mais precioso aos olhos de Deus e o mais próximo dele. Rendamos à sua imagem o que mais a ela se assemelha. Reconheçamos nossa grandeza, honremos nosso modelo, compreendamos a força desse mistério e as razões da morte de Cristo.

Sejamos como Cristo, pois Cristo foi como nós. Sejamos deuses para ele, pois ele se fez homem por nós. Ele tomou o pior, para dar-nos o melhor; ele se fez pobre, para nos enriquecer com sua pobreza; ele tomou a condição de escravo, para obter-nos a liberdade; ele se abaixou, para exaltar-nos; ele foi tentado, para nos ver triunfar; ele se fez desprezar, para nos cobrir de glória. Ele morreu, para salvar-nos. Ele subiu aos céus, para atrair-nos até ele, a nós que roláramos no abismo do pecado.

Demos tudo, ofereçamos tudo àquele que, por nossa causa, se deu a si mesmo como preço de nossa redenção. Não daremos nada de maior que nós mesmos, se compreendermos esses mistérios e nos tornarmos para ele tudo o que se tornou para nós.

7 months, 3 weeks ago

*?Domingo de Ramos?***

"O povo, em grande número, estendia os seus mantos pelo caminho; outros cortavam ramos de árvores e os espalhavam pela estrada; as multidões que o precediam e as que iam atrás gritavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor!" (Mt 21,8-9). Presta atenção a estes três fatos: estendiam as próprias vestes, cortavam os ramos e gritavam Hosana! As vestes representam os membros do nosso corpo, com as quais se veste a alma: delas diz Salomão: "Em todo o tempo, as tuas vestes sejam brancas" (Ecl 9,8). Devemos estendê-lo sobre o caminho, quer dizer, estarmos prontos a expô-las à paixão e à morte pelo nome de Jesus, para merecer reavê-las gloriosas e imortais na ressurreição final, quando este corpo corruptível se vestir de incorruptibilidade e este corpo mortal se vestir de imortalidade (cf. 1Cor 15,53).

Os ramos são os exemplos dos Santos Padres, dos quais diz o Senhor: "Tomareis dos frutos da árvore mais formosa, espadas de palmeira, ramos de árvore frondosa, salgueiros da torrente e vos alegrareis diante do Senhor, vosso Deus" (Lv 23,40). A árvore mais formosa é a gloriosa Virgem Maria, cujos frutos foram a humildade e a pobreza. As palmeiras foram os apóstolos, que alcançaram a vitória sobre este mundo. As espadas são os frutos da palmeira antes de abrir-se: nelas vemos a fé, a esperança e a caridade dos apóstolos. A árvore frondosa é a cruz de Cristo, que alargou os densos ramos da fé para todo o mundo.

Os ramos desta árvore foram as quatro extremidades da cruz, às quais foram pregados os pés e as mãos de Cristo. Nestas quatro extremidades havia quatro pedras preciosas: a misericórdia, a obediência, a paciência e a perseverança. Na extremidade superior estava a misericórdia, naquela da direita, a obediência, na da esquerda, a paciência e na inferior, a perseverança. Os salgueiros da torrente, que permanecem sempre verdes, representam todos os santos, que, na torrente desta vida mortal e passageira permaneceram sempre verdes em boas obras.

Tomemos, pois, os frutos da árvore mais formosa, quer dizer, a pobreza e a humildade da Virgem Maria, as espadas das palmeiras, isto é, a fé, a esperança e a caridade dos apóstolos, os ramos da árvore frondosa, isto é, a misericórdia, a obediência, a paciência e a perseverança da paixão de Jesus Cristo, os salgueiros da torrente, quer dizer, as exuberantes obras de todos os santos, e exultemos diante do Senhor, nosso Deus, Jesus Cristo, gritando com as turbas e com os meninos dos hebreus: "Hosana ao Filho de Davi! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus!" (Mt 21,9).

Hosana interpreta-se "salvação", ou "salva, eu te peço!" Hosana, pois, isto é, a salvação pertence ao Filho de Davi, ou vem pelo Filho de Davi ou por meio do Fi-lho. Bendito, isto é, imune do pecado: portanto, és bendito de modo particular tu, ó Cristo, que vens em nome do Senhor, isto é, em honra do Pai, ou "que vens", isto é, que virás. De fato, tu que antes apareceste na condição de servo, virás no fim como glorioso Senhor. Hosana no alto dos céus, isto é, «salva no alto dos céus"; como se dissesse: tu que salvaste na terra com a redenção, salva, te pedimos, dando-nos um lugar nos céus.

Pedimos-te, pois, ó Jesus bendito: faze que também nós nos aproximemos de Jerusalém com o teu temor e com o teu amor. Leva-nos a ti da aldeia desta peregrinação terrena; repousa-te, tu, nosso rei, na nossa alma, para que junto com os meninos que escolheste deste mundo, isto é, com os apóstolos, sejamos feitos dignos de glorificar-te, de louvar-te, de bendizer-te na cidade santa, na eterna bem-aventurança. Concede-nos isso, ó tu, a quem pertence a honra e a glória pelos séculos eternos. Amém. E toda alma fiel responda: Amém!

Trecho do sermão de Santo Antônio sobre o Domingo de Ramos

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