Esta primeira imagem área é do Parque Municipal Saint-Hilaire, Unidade de Conservação em Viamão, RS. Mas poderia ser o Mato do Júlio em Cachoeirinha. O Morro Santana em Porto Alegre.

Territórios de mata exuberante.

Áreas de mata estão em risco em Porto Alegre e região metropolitana. Ameaçadas por projetos de concreto, especulação imobiliária, atacadões de comida envenenada.

Um dos grandes envolvidos nestas ameaças é o Grupo Zaffari, um dos “donos da cidade” de Porto Alegre. Segue o fio e veja.

O Grupo Zaffari é responsável por diversos megaprojetos em curso em Porto Alegre e região metropolitana, que envolvem flexibilização de leis, desrespeito ao plano diretor, arboricídios.

Transformação de regiões inteiras.

Cidade Nilo;

atacadão onde era mata Atlântica, na Avenida Ary Tarrago com Protasio Alves;

torres gigantescas à beira do Rio Guaíba, no Menino Deus, terreno entregue pelo Governo do Estado;

Ataque ao Quilombo Kédi.

Donos de muitas terras na capital.

Em Viamão, vejam o que está acontecendo na parada 42, na volta da Figueira. Ali Zaffari também fará um atacadão e a destruição já é visível. Vendo esta região, há poucos metros do Parque Saint Hilaire, se entende o absurdo que está acontecendo de transformação do parque de conservação em uso comercial. Desmantelamento do território. Tudo mesmo projeto.

Zaffari faz parte do Instituto Cultural Floresta (ICF), agrupamento de empresários, principais doadores de campanha de Sebastião Melo em Porto Alegre.

O ICF também é doador de armas e viaturas para a Brigada Militar defender, como milícia, suas regiões.
Tem ligação com Brasil Paralelo.

O buraco é bem fundo. E olha que nem estamos falando do subemprego (6x1) que oferecem ou da mineração que estes empreendimentos demandam e que destroem outros territórios.

Tudo isso mesmo pós-enchente, mesmo em um contexto de colapso climático.

Grupo Zaffari, os donos da cidade, são expoentes locais do capitalismo voraz, que trata os territórios como barganha e a vida de geral como insignificante diante do lucro.

São inimigos do presente e do futuro.

Precisamos acirrar nossa luta radical por terra e território. Em defesa das matas, águas. Do que resta.

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Registros de um encontro, talentos da cultura preta, referências da cultura popular.

Reencontrei Juarez no aniversário da Retomada Gãh Ré, no último final de semana. Andarilho, grande lutador, nos conhecemos lá por 2015 nas lutas de resistência da Escola Porto Alegre (EPA), instituição referência mundial no acolhimento de pessoas em situação de rua.

Juarez, hoje, é um grande artista plástico. Pinta, trabalha com cerâmica. Foi uma grande alegria ver sua obra exposta na aldeia Kaingang neste final de semana.

No domingo, no Parque da Redenção, Nego Pessoa, capoeirista, compositor, participou da Roda de Capoeira Angola do Chafariz. Conheci Pessoa no último Sarau da Escola de Caooeira Angola Raízes do Sul, onde ele quebrou tudo numa apresentação solo, somente tocando cavaquinho e cantando.

No final da vadiação, Juarez chegou, nos encontramos todo mundo ali. Juarez apresentou sua pasta com as pinturas. Na arte, a temática afroindígena e aí o tambor.

Eis que o Nego Pessoa é uma referência de tamboreiro para Juarez.

Já no caminho para casa, me pediram para fazer uma foto dos dois, que acabou gerando estes registros, no Centro de Porto Alegre, domingo (20).

Compartilho como valorização destes dois seres talentosos, da artes plásticas e da música de Porto Alegre. Talentos que circulam por aí, constituem nossa Cultura e quem somos enquanto sociedade e povo.

Salve salve a cultura popular e a cultura de resistência!
Muito grato pela honra de registrar Pessoa e Juá!

? Alass Derivas | @derivajornalismo

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Em Porto Alegre, o bolsonarista Sebastião Melo (MDB), gestor da catástrofe da enchente na capital do RS, levou 49% dos votos. Foi o mais votado nos bairros Humaitá, Sarandi e Floresta, mais atingidos pelas águas.

Em Mato Grosso e Pará, prefeitos com multas milionárias por desmatamento foram reeleitos.

Em Arataca, Bahia, prefeito que transformou roça de orgânicos em lixão foi reeleito.

Família Bolsonaro e outros fascistas com recorde de votos.

Em Porto Alegre, um sobrinho desconhecido do torturador Ustra concorreu e se elegeu vereador. A festa da democracia tolera uma candidatura dessas, assim como a de Marçal em SP.

E aí compramos com graça uma das principais propagandas burguesas, a de que de dois em dois anos exercemos nosso maior ato de cidadão, votando. Nos dias restantes adormecemos dopados, revoltados virtualmente, consumidos pela rotina capitalista ou reprimidos pela força do Estado.

Atente-se.
Em São Paulo, RJ e em diversas cidades do país, a abstenção foi elevadíssima. Em Porto Alegre, novamente a abstenção (31,5% - 345.544 eleitores) ganhou do candidato vencedor (345.420 votos).

As pessoas estão cansadas, descrentes, revoltadas, no entanto correndo atrás da máquina, sem referência de luta.

Pois quem poderia contribuir como um movimento de revolta agora centrará suas forças em segundos turnos.

E assim a extrema direita, o colonialismo e o fascismo levam de lavada.

Quem é sério de luta e consegue se eleger, é para denunciar. Mas acaba legitimando.
Mas a maioria entra e joga o jogo:
é coligação, coalizão.
Ou seja, mesa de negociação.

O Estado e as multinacionais seguirão nos amassando, nos corpos e territórios. Independente de governos. Não vamos mudar fazendo parte, se Estado foi criado para ser isso. Assim como a Polícia Militar, precisa acabar.

Quanta energia, dinheiro, pessoas, captura das lutas são mobilizadas para o eleitoral?

Quando vamos sair radicalmente das ilusões?
Falar sobre territórios autônomos em alianças.
Sobre autogovernos, autodefesa, organizações paralelas ao Estado e em resistência a ele?
Fartura real e radical para nosso povo?
E não só sobre menos pior, sobrevivência e migalhas.

? Alass Derivas | @derivajornalismo
Arte @pintelute.floripa
7 de outubro de 2024

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Vale muito a pena ler esta matéria para entender os nós entre a burguesia, o grande empresariado Porto Alegrense conservador, como se articulam e agem em torno de Sebastião Melo e com Institutos tipo o Instituto Cultural Floresta.

Os tal "donos da cidade".

Aliados, também, do Brasil Paralelo.

Inimigos do povo em Porto Alegre.

https://www.matinaljornalismo.com.br/matinal/reportagem-matinal/sociologo-mapeia-conexoes-entre-empresarios-organizacoes-e-politicos-da-direita-porto-alegrense/

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