Pessoas que aceitaram “feminicídio”, “presidenta” e outras aberrações em seu vocabulário, ou que vivem utilizando giriazinhas de internet para todo lado, não podem dar um pio sequer, agora, contra os “pronomes neutres”.

A especialidade do brasileiro é contribuir dissimuladamente para um resultado e, depois, afetar-se todo de surpresa e indignação quando este aparece em sua frente.

Humildade nos estudos

Há algum tempo, me deparei com um certo canal no YouTube, de viés conservador, focado em análises e comentários literários. Em um dos vídeos, a dona do canal resolveu falar sobre os Diálogos platônicos, o que prontamente chamou minha atenção; afinal, analisar um romance e um livro de filosofia, por poético que seja, são coisas muito distintas.

Para agravar a situação, a garota abriu o vídeo explicando que decidira, deliberadamente, não ouvir os conselhos que lhe haviam dado sobre começar os Diálogos “pelo começo” — a saber, pela Apologia de Sócrates —, pois lia o que lhe parecia mais interessante e pronto. Sendo assim, iniciou por um dos mais complexos textos de Platão (se não me engano, O Banquete). Resultado: nos primeiros segundos explicando quem era Sócrates, disse ter sido este um grande filósofo grego que veio a suicidar-se em Atenas... tivesse começado pela Apologia, teria lido justamente a narração da condenação à morte do filósofo (se é que alguém minimamente interessado em cultura precisa ter lido a Apologia para saber que Sócrates não se matou), evitando passar essa vergonha.

Escrevi, em outra ocasião, que a prudência (humildade) não é um elemento de auxílio ao conhecimento, mas conditio sine qua non para alcançá-lo. O que vemos hoje, no entanto, é uma multidão de pseudoadultos de 19 anos de idade — ou de 50 — brincando de professor na internet, e outra multidão igual, do outro lado, aplaudindo tanto mais efusivamente quanto mais é enganada. O que importa, mesmo, é poder postar aquele “print” da aula deste ou daquele curso no Instagram. O “conhecimento” virou um hobby elegante para os seus consumidores e um rentável nicho de mercado para os seus mercadores — e o símbolo perfeito disso tudo é uma jovenzinha que leu meia hora de 1984 empinando o nariz para Platão, diante dos seus milhares de “seguidores”.

Sócrates de fato não se suicidou, mas, tivesse ele vivido em nossa época, talvez a garota do vídeo hoje não estivesse errada.

Pessoal,

Peço a ajuda de vocês no compartilhamento deste artigo/notícia que traduzi. TUDO o que os “conspiracionistas” previram está acontecendo, e sem o menor disfarce. Isto aqui é de primeiríssima urgência.
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Parlamento alemão aceita petição constitucional de grupo ativista pró-pedofilia

“A pedofilia também deve ser incluída como identidade sexual. Os pedófilos em particular devem ser fundamentalmente protegidos da discriminação (...). O tabu da pedofilia precisa ser finalmente quebrado em todos os níveis da sociedade. Se um pedófilo puder se revelar sem medo de sofrer exclusão ou mesmo qualquer demonização, esta será a melhor prevenção contra o abuso infantil.”
(Dieter Gieseking, líder do grupo pró-pedofilia Krumme-13 e autor da petição de emenda constitucional aceita pelo Parlamento Alemão)

Telegraph

Parlamento alemão aceita petição constitucional de grupo ativista pró-pedofilia

NT.: O website no qual o presente artigo foi originalmente publicado apresenta-se como um portal de “notícias e opiniões feministas”, e suas fundadoras e colaboradoras (entre as quais a autora deste texto) identificam-se como ativistas pelos direitos das…

Entre a luz e a sombra

Ao longo de toda a história, do interior das civilizações mais primitivas às mais desenvolvidas, o homem sempre tomou a luz como símbolo da verdade, do conhecimento e do bem, em contraste com a escuridão, representativa da ignorância, da maldade e do erro. E foi nessa espécie de onipresença simbólica que vimos surgir uma das maiores e mais duradouras invenções da história da humanidade.https://danielmarcondes.substack.com/p/entre-a-luz-e-a-sombra

Daniel Marcondes

Entre a luz e a sombra

“Ao longo de toda a história, do interior das civilizações mais primitivas às mais desenvolvidas, o homem sempre tomou a luz como símbolo da verdade, do conhecimento e do bem, em contraste com a escuridão, representativa da ignorância, da maldade e do erro.…

“Seria difícil superestimar o impacto da Revolução Copernicana sobre a cultura ocidental. Já em 1611, quando a revolução mal havia começado, John Donne parecia adivinhar seu significado mais amplo: ‘A nova filosofia joga dúvida sobre tudo’, ele lamenta. ‘Tudo está em frangalhos, toda a coerência se foi.’ (…) Hoje, passados quatro séculos, o que estava oculto no começo tornou-se manifesto e visível a todos; como notou Arthur Koestler, foi ‘como se uma nova raça tivesse surgido neste planeta’.

Seria talvez essa a razão pela qual São Malaquias, em suas famosas profecias, falava do papado de Paulo V (1605 – 1628) aludindo ao nascimento duma ‘raça perversa’? Lembremo-nos de que o primeiro julgamento de Galileu ocorreu em 1616. Qual poderia ser, então, aquela ‘raça perversa’ a que o profeta santo se referia? Considerando que Galileu é de fato o ‘pai da ciência moderna’, somos compelidos a responder que não se trata senão da raça de cientistas modernos e, por extensão, de toda a comunidade de indivíduos imbuída da perspectiva cientificista. Este constitui, portanto, o ‘nascimento’ que houve durante o pontificado de Paulo V: não é surpreendente que São Malaquias tenha destacado esse evento!”

Wolfgang Smith, A sabedoria da antiga cosmologia (2003).

Perdoem esta cor roxa medonha que o Telegram colocou nos links e título deste canal. É uma nova atualização, e a cor só pode ser alterada com não sei quantos membros Premium e sei lá mais o quê. Já começaram a estragar a plataforma.

Condições para uma guerra justa — Arc. Fulton J. Sheen

Protagorismo redivivo

Uma coisa é nossa incapacidade de apreender, cognitivamente, um determinado objeto ou aspecto da realidade, seja porque nos faltem os elementos necessários, seja por falharmos no momento de operar uma adequada articulação entre eles. Outra coisa, bastante diversa, é compreender que algo, por sua própria estrutura, não seja inteiramente apreensível pelo intelecto humano, reconhecendo-o como tal e, por isso mesmo — e apenas então —, sendo capaz de vislumbrar tudo o que somente um objeto dessa categoria pode indicar.

Principalmente já desde a Renascença, esta segunda compreensão (que, até então, fora uma obviedade para qualquer estudioso ao menos razoável) foi desaparecendo pouco a pouco da atividade filosófica, e a realidade foi passando a ser vista como inteiramente submetida à consciência humana, chegando, mais tarde, ao extremo de ser encarada como simples fruto e criação dessa mesma consciência.

É o retorno triunfante da famosa afirmação de Protágoras, “o homem é a medida de todas as coisas”. É claro que no contexto da Grécia Antiga, cujo ambiente intelectual era incomparável ao nosso, o relativismo do sofista de Abdera não mereceu mais que o deboche de Sócrates e Platão (sem que deixassem de utilizá-lo em vista de um fim mais nobre, ou seja, servindo de pretexto para uma investigação acerca da natureza do conhecimento, como se vê no Teeteto), além da menção de Diógenes Laércio, segundo o qual os livros de Protágoras teriam sido queimados em praça pública, em Atenas. Mas o que, na Antiguidade, causava riso e horror, hoje provoca convulsões de admiração — e isso diz algo a respeito do quão acentuado é o declínio da inteligência experienciado em nosso tempo.