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Há certos rios que é preciso rever.
Por isso volto, Ricardo, àquelas margens
Onde na sombra um verde descansava
E um canteiro de limo sob os nossos pés
Adiante desaguava. Volto, seguindo a viagem
De mim mesma e aos poucos convergindo
Oculta, vária
Até fechar um círculo e entender
Essa asa de fogo sobre as coisas.
Talvez neste canto eu te direi
Das estreitas passagens, do lodo
Convulsivo dos ancoradouros, dos funerais
Que vi, para chegar à luz da primeira paisagem.
Meus olhos deram volta à ilha.
Sigo pelos caminhos, transfiguro-me
Sei que um igual destino eu já cumpri
E ao mesmo tempo em tudo me descubro
Casta e incorpórea. Sou tantas,
Tantos vivem em mim e pródiga descerro-me
Pródiga me faço larva e asa.
Há certos rios que é preciso rever (Hilda Hilst - 1930 - 2004)
Todos irão sempre contra ti porque tens pureza. Porque o agitado de tuas mãos é quase nostálgico. Porque teus olhos ficarão abertos para quem os viu uma única vez. Todos irão sempre contra ti porque hás de querer um mundo novo e diferente.
- Hilda Hilst.
Mordo a vida como uma maçã suculenta
“ Faço parte de tudo que conheci. Vocês todos, saibam ou não, tendo entrado na trama da minha vida e saído de novo, deixaram uma parte transitória de vocês que eu transformarei em algo. Ainda não há nada, mas haverá uma mudança radical, capaz de gerar uma coisa rica e inesperada. Através de mim, a transmutação. Ah, eu mordo, mordo a vida como uma maça suculenta. Brinco com ela feito um peixe e sou feliz. E o que é ser feliz? É seguir sempre em frente. Há algo melhor a ser feito do que aquilo que já fiz, e impulsinado pela ilusão do progresso, buscarei progredir, fincarei as esporas em meu flanco, mais e mais – até aprender. Sempre. Tenho uma fonte de vida profunda, clara, agridoce. Todos os nomes, já, e os lugares. E nem sequer me aproximei ainda do final”.
— Sylvia Plath.
ESPÍRITOS DOS MORTOS
Tua alma se encontrará sozinha
'Pensamentos sombrios da lápide cinzenta -
Nenhum, de toda a multidão, para bisbilhotar
Na tua hora de segredo.
Fique em silêncio nessa solidão,
O que não é solidão - pois então
Os espíritos dos mortos que estavam
Na vida antes de você estar novamente
Na morte ao seu redor - e sua vontade
Te ofuscará: fique quieto.
A noite, embora clara, franzirá a testa -
E as estrelas não olharão para baixo
Dos seus altos tronos no céu,
Com luz como Esperança dada aos mortais—
Mas seus orbes vermelhos, sem raio,
Ao teu cansaço parecerá
Como uma queimação e uma febre
O que se agarraria a ti para sempre.
Agora são pensamentos que você não banirá,
Agora as visões nunca mais desaparecerão;
Do teu espírito eles passarão
Não mais – como uma gota de orvalho da grama.
A brisa – o sopro de Deus – está parada –
E a névoa sobre a colina,
Sombrio - sombrio - mas ininterrupto,
É um símbolo e um token—
Como está pendurado nas árvores,
Um mistério dos mistérios!
Quanto fui, quanto não fui, tudo isso sou.
Quanto quis, quanto não quis, tudo isso me forma.
Quanto amei ou deixei de amar é a mesma saudade
[em mim. [...]
Baste, sim baste! Sou eu mesmo, o trocado,
O emissário sem carta nem credenciais,
O palhaço sem riso, o bobo com grande fato de outro,
A quem tinem as campainhas da cabeça
Como chocalhos pequenos de uma servidão em cima.
Sou eu mesmo, a charada sincopada
Que ninguém da roda decifra nos serões de província.
Sou eu mesmo, que remédio!...
Sofia Tolstoi
1. 20 de novembro de 1890
“Ele destrói-me sistematicamente ao expulsar-me da vida dele desta forma, e é insuportavelmente doloroso. Às vezes, nesta minha vida inútil, em que estou assoberbada pelo desespero e penso em matar-me, fugir, apaixonar-me por outra pessoa – tudo para não ter de viver com este homem que sempre amei, apesar de tudo. Agora vejo como o idealizei, há quanto tempo recuso perceber que não há nada nele para além de sensualidade. Agora tenho os olhos abertos e vejo que a minha vida está destruída.”
2. 14 de dezembro de 1890
“Eu copiei os diários do Lyovochka (Lev) até à parte em que ele escreveu: “Não existe amor, só a necessidade de física de sexo e a necessidade prática de uma companheira para a vida”. Desejei ter lido aquilo 29 anos antes, nunca teria casado com ele.”
Diário de Sofia Tolstoi.
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