“Quando observamos as diversas comunidades religiosas, vemos que, no decorrer da história, toda degeneração de uma comunidade religiosa é, em primeiro lugar, uma degeneração intelectual, o que se exige dos fiéis em compreensão de doutrina fica menor de geração em geração, e, em segundo lugar, a participação na vida ritual se torna cada vez mais simplificada e mecanizada.

É perfeitamente possível para um cristão hoje, por exemplo, ir para a Missa todos os dias, até duas vezes por dia, e não entender nada do que o Cristo falou, sua vida continuar exatamente a mesma de qualquer sujeito ateu, porque as disposições da sua psique são exatamente as mesmas que as de qualquer ateu, de modo que ele se sente, diante das situações humanas, e age espontaneamente diante delas, exatamente como qualquer outra pessoa; isso se deve ao fato de que ele não entendeu nada da doutrina, então não tem verdade nenhuma para assimilar. Por outro lado, não adianta passar anos e anos estudando a doutrina, compreendendo-a, e não ter nenhuma vida ritual que permita assimilar essa doutrina na própria psique, no conjunto do ser.” (Luiz Gonzaga de Carvalho Neto)

“Em astronomia”, diz Aquino, “o cômputo do movimento dos corpos celestes em círculos excêntricos e epiciclos é feito com base em uma hipótese que, se for comprovada (hac positione facta), salvará as aparências sensíveis. Mas essa não é uma prova estrita (sufficienter probans), já que, pelo que sabemos (forte) as aparências também podiam ser salvas por alguma outra hipótese. A verdadeira razão por que Copérnico não desencadeou grandes reações, mas Galileu provocou uma tempestade, pode muito bem ter sido que, enquanto um oferecia uma nova hipótese sobre os movimentos celestes, o outro insistia em tratar essa hipótese como um fato. Nesse caso, a verdadeira revolução consistia não numa nova teoria sobre os céus, mas numa ‘nova teoria sobre a natureza da teoria’” (A. O. Barfield, Saving the Appearances [Salvando as Aparências], 1957, p. 51.).

"Amor che nella mente mi ragiona" (Purg. II 112)

"O mais belo ramo que surge da raiz racional é o discernimento. Pois, assim como diz Tomás sobre o prólogo da Ética, "conhecer a ordem de uma coisa em relação à outra é propriamente um ato de razão", e isso é o discernimento. Um dos mais belos e doces frutos desse ramo é a reverência que o inferior deve ao superior."

Dante Alighieri, Convívio, Tra. IV, Cap. VIII, 1

"Dante ama o vulgar seja pelo amor natural que todo homem tem por sua própria língua, seja pelo amor acidental que é próprio de quem se serve dela como instrumento de sua arte"

- Cesare Vasoli

Santo Alberto Magno, De Caelo, 1, 74: “porque o apetite que há nos celestiais de preencher as formas dos intelectos através deste movimento, porque os corpos celestes são como instrumentos das inteligências, conforme determinado no oitavo dos Físicos, é o seu apetite que recebe o ato da vida inteligente que brilha sobre ele: e tal luz, individualizada por ele, é para si a causa do apetite e do movimento, assim como o ato da alma em movimento é em nós."