O que se chama espírito do "nada" é o que não é nada, é onde não há nada. Ele não está incluído no conhecimento do homem. Evidentemente, o nada é o vazio. Conhecendo as coisas que existem, você pode conhecer as que não existem. Isto é o nada. As pessoas deste mundo vêem as coisas equivocadamente, e pensam que o que não compreendem seja o nada. Contudo, esse não é o nada verdadeiro. É apenas confusão.

Com o espírito tranqüilo, acumule experiência dia a dia e hora a hora. Dê polimento à mente e ao coração, e aprofunde o olhar da percepção e da visão. Quando seu espírito estiver isento de toda turvação, quando as nuvens da desordem se dissiparem, você conhecerá o verdadeiro Nada.

O Nada é o Caminho e o Caminho é o Nada. No Nada está a virtude, e nenhum mal. A Sabedoria tem existência, o princípio tem existência, o Caminho tem existência, o espírito é vazio.

— Miyamoto Musashi, O Livro dos Cinco Anéis, Lib. V. O Livro do Nada.

Dia e noite sem falhar, e na medida em que alguém está envolvido com negócios públicos ou particulares, logo que houver um momento de calma para o coração, se deve pensar na morte, mantendo-a diante dos olhos. Isso é o que importa. A tradição diz que um nobre samurai instruiu o seu querido filho com as seguintes palavras: "Pense constantemente na morte".

— Daidoji Yuzan, Bushido (O Caminho do Guerreiro), Lib. I.

Maria se chama cooperadora da nossa justificação, porque a Ela confiou Deus todas as graças a serem dispensadas a nós. Por isso afirma São Bernardo que todos os homens passados, presentes e futuros devem considerar Maria a medianeira e advogada da salvação de todos os séculos.

— Santo Afonso Maria de Ligório, Glórias de Maria, cap. 5, 2.

Quanto mais viva e veraz for a alegria de sentir-se amada por Deus, mais a alma terá sede d'Ele, assim como uma terra sedenta e sem água (Sl 142, 6); e quererá, sobretudo, possuir a Deus totalmente. Porém, sabendo que a vida presente é o que lhe separa da visão d'Aquele que ama, ela passa a considerar e sentir que esta vida nada vale se comparada com a alegria gozada pelos bem-aventurados.

O homem que busca o amor de Deus deve ter em mente que o demônio procurará lhe recordar da falsa alegria dos prazeres sensíveis, querendo, deste modo, movê-lo à tristeza de estar privado de tudo o que um dia já amou, como está escrito: O ímpio fica à espreita do homem justo, estudando de que modo o matará (Sl 36, 32). Apesar disso, deve se convencer que a tristeza de não gozar do pecado é, na verdade, o início da verdadeira alegria, segundo o que canta o Salmista: Coloca no Senhor tua alegria e Ele dará o que pedir teu coração (Sl 36, 4).

Na realidade, aparecem em muitas das grandes tradições religiosas testemunhos da ligação íntima que existe entre a relação com Deus e a ética do amor por todo o homem. Entre as diversas religiões, a Igreja olha com estima os muçulmanos, que reconhecem a existência de um único Deus; fazem referimento a Abraão e prestam culto a Deus sobretudo com a oração, a esmola e o jejum.

Desejo manifestar também o respeito da Igreja pelas antigas tradições espirituais dos vários Continentes. Muitas vezes constatamos concórdia com valores expressos nos seus livros religiosos, como, por exemplo, o respeito pela vida, a contemplação, o silêncio e a simplicidade, no Budismo; o sentido da sacralidade, do sacrifício e do jejum, no Hinduísmo; e ainda os valores familiares e sociais no Confucionismo. Vemos, ainda noutras experiências religiosas, uma sincera atenção à transcendência de Deus, que é reconhecido como Criador, e também o respeito pela vida.

— Papa Bento XVI, Exortação Apostólica Pós-Sinodal "Verbum Domini", 117-119.

Boa dia a todos, paz e bem!

Eu gostaria de informar a todos os membros do canal que as atividades por aqui retornarão, não somente com as citações dos santos e mestres da fé, mas, pensando em atender os pedidos e sugestões de amigos e conhecidos que se beneficiaram desse trabalho, também compartilharei por aqui as minhas próprias reflexões e estudos.

Também gostaria de acrescentar que o nome do canal mudará. Embora "Iesu Dulcis" tenha expressado bem a primeira intenção do canal, que era a devoção e a piedade, agora o nome será "Hagia Sophia", ou seja, "Sagrada Sabedoria", uma vez que a piedade em relação à Sabedoria Divina, Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, sempre foi a minha principal devoção.

Agradeço a todos que me incentivaram a retornar com este trabalho e também a todos que aqui permaneceram, mesmo após tanto tempo de inatividade. Espero que gostem de tudo o que trataremos por aqui e que os frutos desse esforço sejam úteis e benéficos a todos vocês.

Há neste reino um homem no qual habita o espírito dos deuses santos. Quando teu pai era vivo, encontrava-se nele uma luz, uma inteligência e uma sabedoria comparáveis à sabedoria dos deuses. Por isso o rei tinha-o nomeado chefe dos escribas, dos magos, dos caldeus e dos astrólogos; havia-se descoberto nesse Daniel um espírito superior, uma ciência e uma penetração particular para interpretar os sonhos, explicar os enigmas e resolver as dificuldades. Nele se encontram uma luz, uma inteligência e uma sabedoria singulares.

— Daniel 5, 11-14.

Quem porá uma guarda à minha boca, e um selo inviolável nos meus lábios, para que eu não caia por sua causa, e para que minha língua não me perca? Senhor, meu Pai e Soberano de minha vida, não me abandoneis ao conselho de meus lábios, e não permitais que eles me façam sucumbir. Quem fará sentir o chicote em meus pensamentos, e em meu coração a doutrina da sabedoria, a fim de que esses erros não apareçam? Para que não aumentem as minhas omissões, e não se multipliquem as minhas ignorâncias, e eu não caia diante de meus adversários, e não escarneça de mim o meu inimigo?

Senhor, meu Pai e Deus de minha vida, não me abandoneis às suas sugestões; não me deis olhos altivos e preservai-me da cobiça! Afastai de mim a intemperança! Que a paixão da volúpia não se apodere de mim e não me entregueis a uma alma sem pejo e sem pudor!

— Eclesiástico, cap. 23, vers. I-VI.