MEDITAÇÃO DE SANTO AFONSO MARIA DE LIGÓRIO PARA A SOLENIDADE DE HOJE

Aquando das aparições da Santíssima Virgem em La Salette, o Padre Vianney abraçou com carinho as peregrinações e a devoção que se criavam em torno da aparição. Tinha, inclusive, um quadro com a imagem da Virgem de La Salette na escadaria que levava ao seu quarto.

Isto até ao dia que conheceu um dos visionários, Maximin Giraud…

Numa peregrinação do menino a Ars, o Cura sentiu-se movido a dialogar com ele, para que este expusesse o que viu e o Padre pudesse pregar com maior precisão sobre o evento.
Movido pelo seu assistente — que, diga-se, era veementemente céptico das aparições —, João Vianney confronta o pequeno pastor a respeito da sua vida, questionando-o se já alguma vez tinha mentido.

A resposta surpreendeu o Padre: Maximin assume ter mentido no passado, sem mostrar qualquer arrependimento ou desejo de se confessar.
Face a isto, o Santo Cura d’Ars diz que não poderá crer nas suas palavras a respeito da Virgem, pois quem mente uma vez obstinadamente, dificilmente não o faria novamente.

A partir deste dia, o Padre guardou o quadro que tinha em grande estima e iniciou uma série de pregações negando a veracidade das aparições, na tentativa de afastar as almas de peregrinarem a um local que, considerava ele, foi enaltecido por uma farsa!
Tal acto serviu de catapulta para a imprensa maçónica denegrir mais firmemente o Padre, ao ponto de pedirem ao Estado que o depusesse e afastasse do cargo de Cura por motivos de demência e difamação voluntária e consciente.

Como, então, se tornou São João Maria Vianney um dos maiores promotores desta devoção?Vendo-se o Santo aflito a nível financeiro para promover uma festa digna de São Martinho (Santo Padroeiro de Ars, cuja festividade se celebra a 11 de Novembro), “desafiou” Deus e a Santíssima Virgem com uma proposta peculiar: ou recebia a quantia exacta de 90.000 francos para ter tudo preparado para a grande celebração, ou ficaria convicto de que tudo se tratava de uma grande cilada.

Certo dia, o Santo lia uma carta endereçada por um fiel, quando se encolerizou por se ver constantemente troçado, o que o levou a queimar todas as cartas remanescentes, mesmo antes de as abrir.
Com surpresa, Catarina, uma das leigas que cuidava da escola de meninas de Ars, dirige-se ao Padre dizendo que num dos envelope se encontravam 75.000 francos!! Não era a quantia total, mas já serviria de grande apoio para a causa…

Na véspera da festividade, o Santo perde toda a esperança e estava pronto para arrumar o caso como sendo fraudulento… isto até ao próprio dia de São Martinho.

Chegado ao quarto, vê um envelope no chão. Abre-o. Para sua surpresa, não continha nada senão os necessários 90.000 francos!!!
Ao virar a carta, depara-se com um carimbo que dizia pura e simplesmente “La Salette”.

A partir desse dia, nunca mais o Santo duvidou da Virgem, retirou o quadro do armário no qual o tinha guardado desde o encontro com o jovem vidente e pregou com ânimo sobre a mensagem que Nossa Senhora nos endereçou através de um dito “mentiroso obstinado”