Atos 20: Amor, verdade e vigilância | Reflexão: Pr. Michelson Borges

“Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, desde que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus.” Atos 20:24

O capítulo 20 de Atos apresenta reflexões profundas sobre o ministério cristão e o cuidado com a igreja, destacando o exemplo de Paulo como líder pastoral, missionário dedicado e homem de oração. Ele demonstra amor incondicional pela igreja, enfatizando que ela foi comprada pelo sangue de Jesus e, por isso, é de valor inestimável. Paulo adverte os líderes a cuidarem tanto de si mesmos quanto do rebanho, reforçando que ninguém pode oferecer algo que não possui. Essa responsabilidade envolve vigilância constante, especialmente contra os “lobos” que surgem para desviar o rebanho e torcer a verdade em benefício próprio.

Com humildade e lágrimas, Paulo ensinou que o serviço a Deus e à igreja deve ser marcado por empatia e autenticidade. Sua entrega total à missão, colocando-a acima de sua própria vida, é um exemplo de comprometimento absoluto com o evangelho. Essa determinação foi usada por Deus para a expansão do Reino, mostrando que nossas características pessoais, quando entregues a Ele, se tornam instrumentos poderosos. Além disso, Paulo reconheceu a importância do Espírito Santo como guia, evidenciando que é necessário estar sensível à Sua voz para cumprir a missão cristã de maneira eficaz.

A pregação de “toda a vontade de Deus” é central na abordagem de Paulo, que buscou transmitir o evangelho de forma clara e completa, alcançando judeus e gentios. Ele demonstrou que as palavras e as pregações devem ser proveitosas, edificando a fé dos ouvintes e permitindo-lhes tomar decisões fundamentadas no conhecimento de Deus. Além disso, Paulo reforçou que o verdadeiro serviço cristão envolve ajudar os mais fracos, refletindo o amor de Cristo por meio de ações concretas. Ele nos lembra que é mais feliz quem doa do que quem recebe, apontando para o valor da generosidade.

Por fim, Paulo mostrou que a comunhão com Deus é a fonte do poder espiritual. Sua vida de oração e amor genuíno pela igreja conquistaram o coração dos irmãos, exemplificando que a liderança eficaz nasce de um amor verdadeiro e sacrificial. O capítulo é um convite a todos os cristãos, especialmente líderes, para refletirem sobre seu papel na igreja e no mundo. Ele nos lembra que o serviço a Deus exige humildade, vigilância, dedicação e amor, sempre guiados pelo Espírito Santo. Essa é a essência de uma vida transformada pelo evangelho.

Promessa: Se formos guiados pelo Espírito Santo, dedicados à Palavra, vigilantes contra o erro e movidos por amor genuíno, Deus usará nossa vida para fortalecer Sua igreja e expandir Seu Reino.

Atos 14: Fidelidade em meio à perseguição | Reflexão: Pr. Michelson Borges

“Paulo e Barnabé ficaram bastante tempo em Icônio, falando ousadamente no Senhor, o qual confirmava a palavra da Sua graça, concedendo que, por mão deles, se fizessem sinais e prodígios.” Atos 14:3

Atos 14 oferece um poderoso exemplo de dedicação, fé e coragem na missão de pregar o evangelho. Logo no início, somos lembrados de que, para levar a mensagem de Deus, precisamos ir aonde o povo está (v. 1). A disposição de Paulo e Barnabé em se aproximar das pessoas mostra que o evangelho não deve ficar limitado a um local ou a um grupo específico. É uma mensagem universal que precisa ser levada a todos os cantos, onde quer que haja corações dispostos a ouvir.

A coragem também é uma característica essencial para quem conhece a verdade e deseja proclamá-la (v. 3). A perseguição que Paulo e Barnabé enfrentaram em várias cidades poderia facilmente desanimá-los, mas, ao invés disso, eles persistiram. A oposição e os ataques não os impediram de levar a mensagem a outros lugares, revelando uma determinação inabalável. Eles nos ensinam que, mesmo em meio à resistência e às dificuldades, a fé e o compromisso com Deus nos fortalecem a seguir em frente.

Outro ponto central neste capítulo é a fé como porta para o milagre. Em Listra, ao curar um homem coxo, Paulo destacou que a crença do homem Naquele que realiza milagres foi o primeiro passo para a cura (v. 9, 10). No entanto, o objetivo maior por trás de cada milagre era abrir o caminho para a conversão, o maior dos milagres. Mais do que atender às necessidades físicas, Deus deseja transformar corações e atrair pessoas para Ele.

Paulo e Barnabé também são um exemplo de humildade e devoção. Quando as pessoas em Listra tentaram adorá-los como deuses, eles recusaram prontamente essa adulação, direcionando toda a glória para Deus (v. 14, 15). Isso nos ensina que o verdadeiro servo de Deus deve sempre apontar para o Criador, em vez de buscar honras pessoais. A missão de quem prega o evangelho é ajudar as pessoas a abandonarem qualquer tipo de idolatria e voltarem-se para o Deus vivo, o Criador de todas as coisas.

Além disso, Paulo e Barnabé destacaram que a própria natureza testemunha o poder e a bondade de Deus (v. 17). A chuva, o sol, o ar, a água e o alimento são evidências da provisão divina, muitas vezes ignoradas ou subestimadas. A criação é um “livro aberto” que revela o cuidado do Criador e convida a humanidade a reconhecê-Lo.

A coragem de Paulo é um exemplo marcante neste capítulo. Mesmo após ser apedrejado, ele retornou à cidade, mostrando uma determinação impressionante (Atos 14:20). Isso nos desafia a ser resilientes e a não desistir da missão, mesmo diante de grandes adversidades. Além disso, Paulo lembrou os novos discípulos de que a vida cristã implica inevitavelmente em tribulações (v. 22), mas que o sofrimento é parte da jornada rumo ao Céu.

Por fim, Paulo e Barnabé relataram as bênçãos e os feitos de Deus ao voltarem para a igreja (v. 27). Esses relatórios fortalecem a fé da comunidade e mostram a importância de compartilhar as bênçãos e experiências vividas no caminho. Assim, eles incentivam outros a permanecer firmes e a reconhecer a mão de Deus em suas vidas.

Em resumo, Atos 14 nos ensina que o verdadeiro discipulado exige coragem, fé e resiliência. Devemos nos comprometer a levar o evangelho a todos, a depender do poder de Deus em meio às dificuldades, a agir com humildade e a reconhecer que a vida cristã é marcada por tribulações. Contudo, é também uma vida de alegria, gratidão e esperança, fundamentada na certeza de que Deus está presente e ativo, transformando vidas e cumprindo Sua obra no mundo.

Promessa: Atos 14 nos ensina que o compromisso com a pregação do evangelho requer coragem, fé, humildade e resiliência, levando-nos a perseverar na missão e a reconhecer a presença de Deus em meio às adversidades.

Mateus 15: Tradições, contaminação e fé | Reflexão: Pr. Michelson Borges

“O que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina a pessoa. Porque do coração procedem maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade sexual, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias.” Mateus 15:18, 19

Mateus 15 e o texto correlato de Marcos 7 oferecem profundas lições sobre a verdadeira adoração, a importância da Palavra de Deus, e o caráter inclusivo e amoroso de Jesus.

Em Mateus 15:6, somos advertidos a não colocar a tradição humana acima da Palavra de Deus. A verdadeira adoração (v. 8) vai além das palavras; ela deve ser acompanhada de um coração sincero e obediente. Adorar a Deus da boca para fora, ou seguir ensinamentos inventados por homens, são atitudes que se contradizem (v. 9). A pureza espiritual, como destacado no verso 11, não está relacionada a rituais externos, como a purificação ritual, mas, sim, ao que sai do coração e da boca (v. 20). Quando o coração está cheio de coisas impuras, nossas palavras refletem essa podridão (v. 18-20).

Jesus, ao testar o preconceito dos discípulos (v. 26-28), mostrou que o amor de Deus não tem fronteiras. Ele curou a filha da cananeia assim como curou os israelitas, demonstrando que Seu amor e poder estão disponíveis a todos (v. 28). O irônico da história é perceber que uma gentia teve a fé que os fariseus deixaram de ter.

Os milagres de Jesus (v. 31) sempre levavam o povo a louvar a Deus, revelando Sua compaixão e cuidado com a multidão (v. 32). Mesmo assim, os discípulos muitas vezes não compreendiam plenamente que, tendo Jesus, eles tinham tudo o que precisavam (v. 33). Jesus é a fonte de toda fartura, tanto espiritual quanto material (v. 37).

Promessa: Precisamos refletir sobre a autenticidade de nossa fé e sobre como estamos aplicando os ensinamentos de Jesus, desafiando-nos a confiar completamente em Sua provisão e amor, e a manifestar esse amor a todos.

Mateus 14: Multiplicou pães e andou sobre as águas | Reflexão: Pr. Michelson Borges

“Jesus, ouvindo isto, retirou-Se dali num barco para um lugar deserto, à parte.” Mateus 14:13

Mateus 14:9 nos lembra da importância de refletir cuidadosamente antes de fazer promessas. Isso nos alerta para a seriedade da palavra empenhada e a responsabilidade que ela carrega.

Jesus, mesmo diante da dor pela morte de João Batista (Mt 14:13-14), não Se afastou das necessidades das pessoas ao Seu redor. Ele nos ensina que, mesmo em momentos de tristeza ou dificuldades, devemos continuar a cumprir nossa missão de amor e cuidado.

Temos uma missão intransferível (Mt 14:16). Cada um de nós tem um papel específico no plano de Deus que ninguém mais pode realizar. E não importa o que ou quanto temos (Mt 14:17), mas, sim, a disposição de entregar tudo a Jesus (Mt 14:18), especialmente o coração. Ele nos chama a trazer o que temos e, por meio de Seu poder, multiplicar isso para abençoar as multidões (Mt 14:19). No processo de servir a Deus, não deve haver desperdícios (Mt 14:20-21); tudo deve ser feito com responsabilidade e zelo.

A vida de oração de Jesus (Mt 14:23) é outro exemplo crucial. Mesmo sendo o Filho de Deus, Ele mantinha um relacionamento constante com o Pai, mostrando-nos que a oração é a fonte de nosso poder e direção. E assim como os discípulos precisavam aprender e desaprender muitas coisas (Mt 13:26), também nós devemos estar dispostos a deixar para trás conceitos errados e abraçar a verdade.

Quando enfrentamos tempestades na vida (Mt 14:27), Cristo nos encoraja a não temer, lembrando-nos de que com Ele podemos até mesmo andar sobre as águas (Mt 14:29). No entanto, quando desviamos os olhos de Jesus (Mt 14:30), começamos a afundar. Felizmente, Ele está sempre pronto para estender Sua mão e nos salvar quando clamamos por ajuda (Mt 14:30-31).

Por fim, Mateus 14:32 nos mostra que a presença de Jesus em nossa vida traz calma às tempestades. Os discípulos precisavam dessa confirmação da divindade de Jesus para enfrentar os desafios que viriam.

Promessa: Quando temos Jesus a bordo da nossa vida, podemos enfrentar qualquer tempestade sem temor, confiantes de que Ele está no controle.

Oseias 5: Necessidade de arrependimento | Reflexão: Pr. Michelson Borges

“Irei e voltarei para o Meu lugar, até que se reconheçam culpados e busquem a Minha face; estando angustiados, eles Me buscarão ansiosamente.” Oseias 5:15

Oséias 5 é um capítulo repleto de advertências para Israel e seus líderes, ressaltando a profundidade da corrupção e da necessidade urgente de arrependimento. O versículo 3 nos lembra que Deus nos conhece por completo, e esconder pecados é inútil. Nossa única esperança reside na confissão sincera e no retorno ao Senhor, que conhece todos os aspectos de nosso ser e nossas ações.

O versículo 4 fala sobre a dominação pelo “espírito de prostituição”, que é uma metáfora para a infidelidade espiritual e moral, indicando que essa condição surge da falta de conhecimento do Senhor. Isso mostra a importância vital de um relacionamento profundo e verdadeiro com Deus para evitar cair em práticas corruptas e destrutivas.

A arrogância é destacada no versículo 5 como a raiz do tropeço no pecado. O orgulho nos cega para nossos erros e nos impede de buscar a ajuda e o perdão de Deus. Reconhecer nossa necessidade de Deus e humilhar-nos diante Dele é essencial para superar o pecado.

No verso 10, os líderes de Judá são criticados por mudar os marcos dos limites, uma metáfora para a relativização das regras e dos princípios divinos. Muitas vezes, em vez de se submeter às leis e valores de Deus, as pessoas preferem adaptá-los para se adequarem a seus próprios desejos, o que leva à desordem e à corrupção.

Os versos 11 e 13 reforçam que aqueles que seguem ídolos inúteis acabam oprimidos e esmagados pelo juízo. A verdadeira libertação e a cura vêm somente do Senhor, e buscar ajuda em seres humanos pecadores, por mais poderosos que sejam, é inútil. Somente Deus pode proporcionar cura, perdão e libertação reais.

Finalmente, o verso 15 mostra que, às vezes, Deus se retira educadamente, permitindo que a dor e a necessidade levem as pessoas a buscá-Lo novamente. Esse afastamento temporário não é um abandono, mas uma forma de despertar a consciência do ser humano para sua verdadeira necessidade do Criador, incentivando o arrependimento e o retorno ao caminho da salvação.

Promessa: A verdadeira esperança de libertação vem da submisssão a Deus e de seguir Seus caminhos, em vez de confiar em soluções humanas falíveis.